setembro 12, 2017

32 semanas de nós

Não sei se ao longo destes sete meses e tal já te apercebeste, mas calhou-te em sorte uma mãe doidinha, 500mil vezes questiono se estará tudo bem contigo. Se estarás confortável, se terás líquido suficiente, se estará quentinho aí dentro, se terás fome, se terás sono, se o teu coração ainda baterá (nunca me preocupei tanto com o coração de uma pessoa). De quando em vez (cada vez menos, porque o espaço já não deve ser muito) lá sinto um chuto, e respiro fundo. Não acho piada quando me queixo que a tua cabeça está a fazer uma pressão terrível na minha bacia, e os pés nos meus pulmões, mas ao menos sei que estás em movimento e, neste momento, isso é a coisa mais importante da minha vida.

Ainda não sei muitas coisas sobre ti. Sei que continuas com percentil 50, e 6cm de fémur e mais umas coisas que não percebo, que és bochechudo, que já estás a fazer o pino às 31 semanas, e que pode haver possibilidade de andares às piruetas até ao final. 

Faltam dois meses, por isso, porta-te com juízo, não brinques com o cordão umbilical que isso não é para estragar, cresce feliz e sem preocupações e não queiras vir cá para fora antes do tempo. Deixa só acabar a época critica dos incêndios florestais, para teu pai não ter nenhum treco a centenas de km de distância. Não tenhas pressa, que isto cá fora não é assim tão giro como possas pensar. A verdadeira parte boa é teres muitos braços à espera de te estrafegarem até te saltarem os olhinhos.

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